uma introdução boa. Também não faço a menor ideia de como será a conclusão. Mas, o desenvolvimento está a ponta da minha lingua. E, isso já foi uma introdução, não?
A dor que me agoniza as artérias é por estar tentando criar um orgulho que eu não tenho. Eu não sou orgulhosa. Eu não vejo nem um mínimo problema em ir atrás de quem eu preciso. Eu sempre fui, não fui? Principalmente de você. Ligações e torpedos da minha parte são free. Não tenho essas frescuras nomeadas como “orgulho” de gente insegura. Mas, agora, hoje, eu o quero. Só por precisa-lo. “Não fuja, orgulho. Fique aqui, amarrado a mim, e não me deixe ir. Mesmo se meu amor implorar. Entendeu?”
Eu quero que você venha. Eu quero ler que você me ama. Eu quero que você me ame. O cansaço me tomou, infelizmente e finalmente, o corpo, a alma. Cansaço de carregar uma tonelada de coisas não ditas e não feitas nas costas, sozinha. E um amor maior que a minha conciencia dentro do peito. Não, eu não me cansei de amar. Existe como se cansar disso? Eu me cansei de ouvir o amor-recíproco e não vê-lo. Conversas íntimas e bordadas de risadas são maneiras, ajudam a conseguir empurrar os dias, mas eu quero que você diga que me ama. Eu tenho um buraco escroto e fundo dentro dessa coisa que chamam de alma, aqui dentro, no mais quente de mim. Um buraco criado pelas vezes que você não me cuidou. Eu preciso tanto de cuidados. Caralho! Eu sou um monstro, que você criou. E por ter me criado sabe que aqui dentro é tudo ameba. Uma meleca, solta, frágil. Sua.
O maior buraco no meu eu não é por nunca ter abraçado nem uma das únicas pessoas que me possuem ou por nunca ter ido ao show do Los Hermanos, mas sim por nunca ter recebido uma declaração de amor. Declaração-de-amor. Olha isso, que piégas. Eu sou ridícula, puta que pariu.
Eu sei, eu sou.
Mas eu tenho mesmo esse buraco que me fode e me fere. Eu nunca recebi uma declaração sua. E você é a pessoa que eu amo. Você entende o que é isso? Eu saio todas as sextas e sábados, conheço trezentas pessoas ao longo destes dias e não amo nem uma. Eu só amo você. E eu daria todos os elogios de pessoas alheias que já recebi por um seu.
Digitar isso me faz coçar o nariz. Você sabe o que é coçar o nariz?
Segurar as lágrimas.
Nossas estradas estão uma do lado da outra há quanto tempo? Um ano? Sim. Doze meses. Doze meses, trezentos e sessenta e sei lá quantos dias para se fazer um tapete. O nosso tapete. O nosso tapete com cheiro de café.
Eu sou romântica pra porra, isso destrói todos os meus trejeitos de monstro. Shit! Mas… Eu só sou romântica contigo. Não me viu e não vai me ver nunca mais louca de desejo e de ansiedade para comprar um presente, escrever algo ou somente mandar um torpedo para qualquer outra pessoa que não seja você. Você me desperta alguma bosta que me fode. Completa, inteira. Alguma coisa dentro de mim que sai, me pega pelos pés e me coloca na sua mão. E ainda, por abuso, sussurra no seu ouvido: “Faz o que quiser”.
São tantos dias, semanas e horas de conhecimento nosso. Tantas histórias reunidas em uma só, tantas decepções e raivas. Tanto tudo. You know, Enri. E é por isso (enorme isso) que eu não te trocaria por absolutamente nada. Na verdade, trocar é um termo que não se adere bem a nós. Nós não vamos nos trocar, porque porra nenhuma nunca vai nos substituir. No máximo podemos nos esquecer. Mas o lugar continuará vazio. Muito pretensiosa eu. Eu sei. Mas, foda-se. Eu também sei. Será que você entendeu essa parte? Eu não vou te substituir, abandonar, fugir, deixar, terminar ou querer outra pessoa mais do que quero você. Por favor, acredite. Acredite e não me magoe mais do que já o faz. Quando não me liga, não me procura, não me diz “eu te amo”, e quando faz planos que não me incluem. Eu queria que você também sonhasse em morar comigo. No nosso apartamento com cheiro de café e Lucky Strike. Ainda somos só no papel. E isso é o mais importante, cara. Nós já temos tudo o que precisamos. Eu não vou deixar de querer estar contigo quando descobrir que você tem chulé, ou que palita os dentes na mesa. É isso que te impõe medo? A convivência?
Eu te conheço por dentro. Eu conheço a sua personalidade. Seus gostos, desgostos e cd’s preferidos. Eu te amo. E nós já convivemos. Só falta o tato, olfato e o paladar.
O tempo inteiro eu te grito, te imploro: “Por favor, me queira!”. Você não ouve. Eu vou atrás com o medo de perder meu papel corroendo-me o estomâgo. Por favor, me queira. Na sua vida, nos seus planos, nos seus sonhos e nas lembranças de quando ouvir alguma música brega e infantil na fila do pão.
Acho que, entre tudo o que eu acho e que sempre está errado, era isso o que eu precisava vomitar. Nossa cama está vazia, e é muito ruim dormir todas as noites com o seu cheiro no travesseiro da esquerda. Muito ruim.
Volte, eu te espero.”
Yasmin Diniz
como nada nessa vida é facil pra mim ,basta esperar,o tempo de Deus eh diferente do meu...
que tudo seja para o meu bem
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